Segundo o Público, um trabalho da OCDE revelou que os portugueses são quem mais utiliza os serviços de urgência. O estudo revela que, por cada 100 habitantes, 70 são assistidos nos serviços hospitalares. Os dados do Ministério da Saúde revelam também que estes valores não se alteraram entre 2011 e 2014, mesmo com a subida de taxas moderadoras. Porque será que isto acontece?
É verdade, e como se sabe, a população portuguesa tem um carinho especial pelos hospitais. Se não é isso, apenas gostam de passar um dia inteiro à espera de conseguirem uma justificação e uma receita médica. Pior que aqueles que vão de vez em quando, são os de lugar cativo. Normalmente são os idosos que preferem ir todos os dias ao hospital e vão para as salas de espera “reclamar” contra os hospitais portugueses, enquanto esperam pelas consultas.
Outra questão é a procura “inadequada” das urgências, ou seja, os atendimentos que não são considerados graves o suficiente para serem tratados neste serviço. No documento laçando recentemente pela OCDE são expostos exemplos para diminuir esta procura. Os países com menos volume de atendimentos nas urgências são os que oferecem centros de saúde aos seus habitantes, como o caso da Alemanha, da Holanda e da Nova Zelândia.
Pelo que eu noto, muitos centros de saúde têm sido fechados em Portugal, e as pessoas são desviadas para outros hospitais. Por um lado, vamos aos hospitais por “tudo e por nada”, mas também acabam com os cuidados de saúde primários que “acolhiam” muitos doentes. E é assim que em 21 países, Portugal lidera a ida às urgências.
Fonte: Público e Expresso
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