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7 Mil milhões de Outros" é o nome de uma exposição criada em 2003 que já percorreu os quatro cantos do mundo. Através dela temos um retracto real e actual da humanidade.
Palavras e testemunhos de mais de 6.000 pessoas de 84 países, incluindo Portugal, estiveram até ao passado Domingo em Lisboa no museu da electricidade.
Nós não temos muito a noção da real humanidade e da diversidade de pessoas que existem no mundo e esta exposição retracta isso mesmo.
O que mais me impressionou naquela exposição foi que pessoas de culturas completamente distintas tinham por vezes opiniões muito semelhantes.
Pessoas analfabetas, sem acesso à educação, deram opiniões mais relevantes e interessantes que pessoas com fácil acesso à alfabetização não conseguiram dar.
A resposta que mais diferenciou uns dos outros foi relativamente aos desejos. Algumas pessoas desejavam as coisas que para nós são consideradas muito básicas, como a água, e outras ambicionavam muito mais do que isso.
No entanto, têm uma coisa em comum: todos desejaram aquilo que não podiam ter.
O ser humano, na minha opinião, tem uma maneira de sentir e de pensar semelhante.
De pontas completamente opostas do globo surgiam respostas idênticas, como a definição de amor, medo, o sentido da vida e até os sonhos de infância.
Penso que este projecto não só abre as portas para conhecer “os outros” e dar-nos a noção da verdadeira humanidade, como também dá a “os outros” uma voz que também merece ser ouvida. Todo o ser humano tem o direito de se expressar e este projecto deu voz aos seres humanos que nunca tiveram a oportunidade de falar.
Fontes:
Público,
Observador
Inês Roque