Monday, December 15, 2014

Mundo (nada) acolhedor

Vi há uns dias uma notícia sobre os refugiados sírios e como estes têm tido dificuldade em encontrar um país de acolhimento.

Já tinha reparado na passividade dos outros países do mundo, mas fiquei bastante surpreendida com os números que vi na notícia em questão. A guerra civil síria já dura há 3 anos e ainda não vi ninguém que tenha sido capaz de intervir e parar as atrocidades que têm acontecido naquele país. Mas pior que isso é não ajudar aqueles que são as vítimas desta guerra, pessoas que foram obrigadas a sair das suas casas por medo. Os refugiados da guerra já são cerca de 10 milhões. Li no Observador que desde a segunda guerra mundial que não havia um número tão elevado, 50 milhões de pessoas tiveram que sair das suas próprias casas.

Fonte da imagem: Público - campo de refugiados na Jordânia

A Amnistia Internacional lançou um relatório sobre a situação. O relatório fala do pouco apoio que os países que pertencem ao Conselho de Cooperação do Golfo – o Bahrain, o Kuwait, o Qatar, Emirados Árabes Unidos, Omã e Arábia Saudita têm prestado aos refugiados. Segundo este relatório, a Amnistia diz que apenas cinco países, e todos eles à volta da Síria, acolheram os refugiados, sendo eles a Turquia, o Líbano, a Jordânia, o Iraque e o Egipto dando um total de 95% dos refugiados nestes cinco países e com a Turquia a acolher a maioria, cerca de 40%.

Com é que é possível em tantos refugiados, só cinco países no mundo é que acolhem a maior parte. Então e os outros países?

Teresa Pina é a directora executiva da Amnistia Internacional em Portugal acha chocante a resposta que os países europeus têm dado a este problema. E eu não podia concordar mais.

De facto é chocante a passividade com que os “ditos grandes países europeus” se mostram indiferentes aos problemas que afectam outros. Será que a ajuda não chega por ser um país fora do espaço europeu? Como excepção europeia, há a Alemanha e a Suécia, dois países que têm feito os possíveis máximos para conseguir realojar refugiados. A suécia recebeu, desde 2011, 50mil pedidos de asilo e disponibilizou 1200 locais, já a Alemanha tem 30 mil locais disponíveis e já recebeu 46 mil pedidos de acolhimento. Ao menos há países que embora poucos, disponibilizam o máximo de recursos para conseguir dar resposta à quantidade de "pessoas que estão entregues a si próprios” palavras de Teresa Pina que faço minhas.

Em jeito de conclusão, acho incrível e vergonhosa a reacção e atitude do mundo perante uma situação como esta. A Síria e os países à sua volta que resolvam, é assim que vejo a atitude destes tantos outros países que estão apenas a assistir.

Tal como disse acima desde a segunda guerra mundial que não havia uma situação como esta, que não havia milhões de pessoas obrigadas a fugir das suas casas, das suas vidas por medo e não terem ninguém ao lado que as possa acolher, tornar menos dura a sua situação. 

Gostava de acreditar que isto acontece por não estarmos preparados para situações assim, mas deixa de ser triste que haja tão poucos líderes que abrem as portas dos seus países e que tantos outros as fechem, afinal não é problema deles.


Marta Mendes

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