Monday, November 30, 2015

O futuro do Estado Islâmico

Militantes do Estado Islâmico
Passados 17 dias desde os infames ataques em Paris, onde morreram mais de 120 pessoas, chegou uma altura de fazer uma introspecção acerca do que pode o Ocidente fazer quanto ao auto-proclamado Estado Islâmico.

Para começar, há que “cascar” no Estado Islâmico pela sua estupidez e, diga-se, incompetência estratégica nestes ataques. Sabemos que aquela organização não tem todos os parafusos no sítio, mas achar que matar 120 pessoas desarmadas levará a um afastamento de França dos bombardeamentos da coligação é pura burrice. Quem acha que países fortemente equipados militarmente vão ficar com medo de uma organização terrorista e macabra que gosta de atacar inocentes deve ser parvo, porque só está a escavar a própria cova. É claro que a França ia começar a bombardear os extremistas e, o mais provável, é não serem os únicos a juntarem-se a esta causa.


Agora, este problema, dada a incompetência do exército iraquiano, provavelmente só será resolvido com uma invasão terrestre. No entanto, sabemos que os EUA não o vão fazer porque ainda paira a nuvem negra da invasão ao Iraque que, por piada, foi o grande causador desta situação. Sobra-nos uma solução de Leste: Putin já começou a enviar as Spetsnaz para território sírio e, neste esforço, pode mudar mesmo o mapa político mundial. Se o Estado Islâmico for destruído, a Rússia pode sair do conflito como única potência que “realmente” se esforçou para acabar com estes extremistas o que pode fazer com que os países envolvidos neste conflito – Síria, Iraque e, quem sabe, o futuro Curdistão – pode tornar-se aliados de peso para a Rússia, conseguindo o precioso petróleo que Putin tanto precisa.

Resumindo, um estado que se baseia no fundamentalismo, no terror, e na força militar nunca vai conseguir triunfar, principalmente numa zona tão recompensadora economicamente para as grandes potências mundiais. Por agora, a aniquilação do Estado Islâmico parece que irá gerar uma maior aceitação de Putin e algum repúdio aos Estados Unidos, como se os Estados Unidos tivessem feito a porcaria e a Rússia teve de ir limpar. Mas uma coisa é certa: o Estado Islâmico tem os dias contados.

João Alves

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