Passados 17 dias desde os infames ataques em Paris, onde
morreram mais de 120 pessoas, chegou uma altura de fazer uma introspecção
acerca do que pode o Ocidente fazer quanto ao auto-proclamado Estado Islâmico.
Para começar, há que “cascar” no Estado Islâmico pela sua
estupidez e, diga-se, incompetência estratégica nestes ataques. Sabemos
que aquela organização não tem todos os parafusos no sítio, mas achar que matar
120 pessoas desarmadas levará a um afastamento de França dos bombardeamentos da
coligação é pura burrice. Quem acha que países fortemente equipados
militarmente vão ficar com medo de uma organização terrorista e macabra que
gosta de atacar inocentes deve ser parvo, porque só está a escavar a própria
cova. É claro que a França ia começar a bombardear os extremistas e, o mais
provável, é não serem os únicos a juntarem-se a esta causa.
Agora, este problema, dada a incompetência do exército
iraquiano, provavelmente só será resolvido com uma invasão terrestre. No
entanto, sabemos que os EUA não o vão fazer porque ainda paira a nuvem
negra da invasão ao Iraque que, por piada, foi o grande causador desta
situação. Sobra-nos uma solução de Leste: Putin já começou a enviar as Spetsnaz
para território sírio e, neste esforço, pode mudar mesmo o mapa político
mundial. Se o Estado Islâmico for destruído, a Rússia pode sair do conflito
como única potência que “realmente” se esforçou para acabar com estes
extremistas o que pode fazer com que os países envolvidos neste conflito –
Síria, Iraque e, quem sabe, o futuro Curdistão – pode tornar-se aliados de peso
para a Rússia, conseguindo o precioso petróleo que Putin tanto precisa.
Resumindo, um estado que se baseia no fundamentalismo, no terror, e na força militar nunca vai conseguir triunfar, principalmente numa zona tão recompensadora economicamente para as grandes potências mundiais. Por agora, a aniquilação do Estado Islâmico parece que irá gerar uma maior aceitação de Putin e algum repúdio aos Estados Unidos, como se os Estados Unidos tivessem feito a porcaria e a Rússia teve de ir limpar. Mas uma coisa é certa: o Estado Islâmico tem os dias contados.
João Alves
Imagem: Diário Digital
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